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quinta-feira, 10 de abril de 2014

À MORTE DE LUANA

sete

 

À MORTE DE LUANA

 

Só ?

Eu não estou só !

Caminha a Certeza comigo!

O rumo certo conheço-o

A Liberdade sei onde encontrar…

A Paz e o Amor ?

Um dia, numa madrugada quente…

…quando estiver debaixo de uma marmórea laje…

Eu não estou só, meu amor…

O músculo propulsor bate em meu peito,

pulsando ritmadamente…

…e o meu sangue é quente.

A Lua para mim nada é que um planeta rochoso

onde sei que não habita Cupido.

A Tua morte , amor, naquele dia…

De que lado estás quando me deito ?

Que lugar ocupas que não te apalpo?

O teu silêncio:flor, eu não te sinto…!!!

Só?!

Sim eu estou só…

Até à madrugada quente,numa marmórea laje…

E eu sou Livre!

Voo até à Eternidade e regresso…

Que eu não sei se existo,

ou se estou só!

A Eternidade é nada,

tudo,

ou tudo e nada ???

Naquele dia, na tua morte,

eu não chorei,

que tu não morreste…

E eu,

Não estou só ! Sei que

não morremos…

 

                          Coimbra,17 de Setembro de 1980

                               Renato Gomes Pereira